Retrato do abandono, o entorno da histórica Estação de Trem de Rolândia está tomado por viciados, traficantes e assaltantes em pleno centro da cidade
Na região que deveria ser o cartão postal de Rolândia, próximo à rodoviária e à Estátua Roland, e final da Avenida Dos Expedicionários, está em total abandono e tomada por criminosos que assombram a população que passa pelo local diariamente.

Naquele local seria construído o Centro Histórico e feita a restauração da Estação de Trem, além de abrigar a reconstrução do saguão do Hotel Rolândia. A obra iniciou em setembro de 2011, mas depois de dois anos nada aconteceu. Cobrada em janeiro de 2013 a prefeitura explicou que a empreiteira Plainpar, de Curitiba, ganhadora da licitação, estaria tendo dificuldades para cumprir com as metas de execução, e que a CAIXA Econômica Federal só repassava os valores depois de cumpridas tais metas, por isso a obra estaria sendo concluída aos poucos.
Em julho do mesmo ano a obra continuava parada e a redação procurou novamente a prefeitura quando o então secretário de Planejamento, João Ricardo Campaner relatou que a empreiteira citada abandonou a execução do projeto e por isso o contrato foi reincidido.

Três anos se passaram e o problema só aumentou. Daquilo que já havia sido construído, parte foi incendiado e outra está sendo degradada com o tempo. O local está sendo usado por traficantes, viciados e assaltantes. As madeiras do hotel Rolândia estão apodrecendo no pátio da prefeitura e a solução está cada vez mais longe de acontecer.
Questionada a prefeitura não informa se a verba foi perdida, mas através de um e-mail informou que a licitação para a reconstrução do Hotel Rolândia já está concluída.
População pede ajuda
Diariamente moradores da região próxima à antiga estação de trem de Rolândia transitam na passagem de acesso que liga o centro da cidade com as ruas Alfredo Moreira Filho e Europa
Valdivia da Silva Santos (64) é moradora da região e usa a passagem diariamente. Ela afirma ter muito medo devido ao abandono do local e a intensa movimentação de usuários de droga. “Eu sei de uma senhora que foi assaltada neste mesmo lugar”, alerta. Para ela a solução seria a prefeitura terminar a reforma o mais rápido possível. “Este local deveria ser um cartão postal da cidade”, lamenta. A cidadã Iracy Nishimori também usa a passagem para ir ao trabalho e relata que já foi abordada por marginais e teve seu celular roubado.
O flagrante de menores de idade e jovens fazendo uso de drogas é constante e fácil de se identificar. Basta circular pelos prédios abandonados para ver que até mesmo durante o dia os viciados e delinquentes transitam livremente fumando maconha e crack sem preocupar-se em esconder de quem passa por perto, parecendo ter certeza da impunidade.
A PM tenta evitar o pior
A Polícia Militar de Rolândia quase que diariamente faz abordagens na região e sempre que acionada pelos cidadãos comparece para fazer o flagrante
Na tarde desta segunda (27) uma ligação anônima informou que teriam usuários dentro da estação abandonada. A equipe motos e uma viatura se deslocaram e enquadraram dois homens e uma mulher que utilizavam drogas. Um dos usuários, aparentando 40 anos relatou à redação que não consegue se livrar do vício e ainda sob o efeito da cocaína chorava ao dizer que se arrependia do dia que começou a usar drogas.
A mulher, já conhecida da polícia, mora nas ruínas da antiga Estação, também sob o efeito de droga confessou se prostituir para conseguir dinheiro com intenção de comprar mais e mais entorpecentes.
No dia seguinte a polícia esteve mais uma vez na Estação e novamente enquadrou três usuários, diferentes do dia anterior, mas sendo dois homens e uma mulher. Ela afirma ser de Apucarana e estar lá para pegar drogas para uma amiga. Um dos rapazes já tinha passagem pela polícia e estava sob prisão domiciliar, porém como é morador de rua permanece solto. Nos dois dias como não houve flagrante, todos foram orientados e liberados em seguida.
A Tenente Janine da Polícia Militar destaca o trabalho intenso da MP em tentar amenizar a situação e dar mais segurança para a população. Para ela a revitalização do local seria a solução ideal para acabar ou pelo menos diminuir o problema.
A Zona do Crack em pleno centro da cidade
Além da antiga estação de trem os traficantes, assaltantes e dependentes se “MALOCAM” na obra do Centro Histórico que foi iniciada em 2011, período pré-eleitoral, porém acabou abandonada após o término das eleições para prefeito
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Viciada relata morar na Estação abandonada há seis meses. Ela revela que faz programa para conseguir dinheiro para comprar drogas |
Bem próximo dali, na beira da BR 369, uma casa de alvenaria também abandonada há tempos está sendo usada por moradores de rua e catadores de papel. Uma grande quantidade de lixo é acumulado e deixa os vizinhos e moradores da redondeza ainda mais preocupados.
Para piorar a situação o pátio de manobras, antes usado pela Compager foi desativado e agora também faz parte da já apelidada pela população de zona do crack.
A história de Rolândia continua apodrecendo no pátio da prefeitura
O Ministério Público de Rolândia, através de uma ação civil pública decretou em setembro de 2013 a reconstrução imediata do Hotel Rolândia
A 1ª promotoria entende que além de valor cultural e histórico, as madeiras que estão armazenadas no pátio da Prefeitura têm valor real, pois em março de 2011, foram pagos pela fachada do Hotel Rolândia R$ 33.000,00.

O marco zero da cidade foi demolido em 2010 e na época a família proprietária do hotel Rolândia informou ter procurado a prefeitura que alegou não ter recursos disponíveis para comprar o local. Após grande pressão popular a administração comprou parte da fachada original do Hotel com a promessa de reconstruí-lo no Centro Histórico, obra que estava sendo realizada na antiga estação de Trens de Rolândia.
(Fotos e informações: Jornal Manchete do Povo)
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Local por onde populares passam diariamente e são abordados por viciados ou assaltados ou criminosos |
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Bem próximo dali, na beira da BR 369, uma casa de alvenaria também abandonada há tempos está sendo usada por moradores de rua e catadores de papel. |
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